quinta-feira, 14 de março de 2013

Esporte conhecido como slackline vira febre em BH


A sensação de desafiar a gravidade e manter-se aprumado em uma fita de 5 centímetros de largura e em média 15 metros de comprimento tem levado pessoas de todas as idades para os parques de Belo Horizonte. Criado na Califórnia, nos Estados Unidos, o slackline, que em tradução livre quer dizer corda bamba, aportou na capital mineira e é sensação para quem gosta de esportes radicais.Como o kit básico varia de R$ 70a R$300 e não é necessário nenhum requisito para a prática, muita gente tem se aventurado.

É o caso do advogado Marcos Henrique Garcia Diniz, de 36 anos, que há duas semanas investiu em equipamentos e, com a namorada, Danila Morici, de 33,e amigos, treina aos domingos na orla da Lagoa da Pampulha. “Em um primeiro momento, o sentimento é de frustração, porque a tendência é cair. Mas é como se estivéssemos aprendendo a andar novamente. A gente aprende rápido”, diz.

Quem olha os praticantes caminharem com desenvoltura sobre a fita surpreende-se ao tentar fazer o mesmo. A prática exige estabilidade, o que faz com que dar dois passos pareça algo impossível. “Não temos ideia da importância do equilíbrio ao andarmos. Quando ficamos suspensos, percebemos o quanto estamos destreinados dessa habilidade. É preciso muita concentração”, diz Danila. Da primeira vez que ela tentou, não conseguiu fazer todo o percurso, mas a jovem não desistiu e agora, com mais domínio, diverte-se entre os amigos. Em geral, os iniciantes contam com a sustentação de quem já pratica há mais tempo, que oferece o braço como apoio na iminência de uma queda.

Quanto maior a habilidade, mais distante a fita fica do chão. É o que ocorre com Thiago Guimarães Silva, de 26, para quem não há limites. Ele não só faz o percurso sem qualquer desequilíbrio como também realiza acrobacias que incluem giros de 360 graus no próprio eixo, saltos para frente e para trás, paradas para meditação com direito a agachamento e outras tantas manobras que a criatividade permite. A modalidade que engloba saltos é chamada trickline. Ainda é possível a prática sobre rios, a waterline, e nas alturas, o highline. 

A habilidade de Thiago, conquistada em dois anos e três meses, fez com que o jovem fosse convidado para integrar a equipe profissional, com patrocínio de marca mundial que fabrica equipamentos para a prática. Quando Thiago começa a se apresentar não há quem não pare para observar. “Para praticar é preciso persistência e divertir- se sempre. Se a pessoa não se divertir, não consegue levar a prática para frente. Slackline exige tempo. Não é de um dia para o outro que se consegue equilíbrio”, pontua. Para praticar o slackline é preciso, além de equilíbrio, força para realizar as manobras que movimentam músculos de todo o corpo. “É ótimo como complemento de outras práticas esportivas. O gasto de energia é muito alto e ajuda no preparo físico. Outro benefício é para a postura”, enumera Thiago. O vendedor Bruno Júlio, de 26, destaca os bons efeitos para a mente. “Pratico por amor. É um esporte que traz equilíbrio não só para o corpo, como também para a mente. Para fazer precisamos de concentração e levamos isso para a vida”, sugere.

GRUPOS 

Thiago e outros atletas de perfomances de alto nível integram o grupo Pé na Fita, que divulga e dissemina a prática do esporte em Belo Horizonte. Por meio de uma página no Facebook, o grupo informa locais e horários dos treinos. É possível encontrar os praticantes em diversos pontos na orla da Lagoa da Pampulha, aos domingos, e aos sábados no Bosque da Música,no câmpus da UFMG, na Pampulha, onde há a maior concentração na cidade de fitas esticadas para a prática do esporte. Anda refazer acrobacias sobre uma fita tem sido divulgado mundialmente por Madonna. 

A musa pop convidou o brasileiro Carlos Neto, de 23, para integrar a sua trupe que viaja pelo mundo. O convite veio depois de a performance de Carlos em campeonatos de slackline ter caído na rede mundial de computadores. Outro mineiro praticante do esporte, Gabriel Amaral, foi convidado para integrar o Cirque du Soleil. O slackline não apresenta riscos, desde que realizado com equipamentos adequados. Para ficar suspensa e comtensão, a fita é presa a árvores por meio de uma catraca. Na prática do trickline é necessário colocar colchões nomeio do percurso onde se realizam as acrobacias. No highline o praticante é preso a uma cadeira, semelhante à de escaladas, para evitar acidentes.

Por: Márcia Maria Cruz 
Fonte: Estado de Minas

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