terça-feira, 17 de março de 2009

Skate e Lazer: Plantando o futuro.(08/03/2009 - 20:37)


Skate e Lazer: Plantando o futuro.(08/03/2009 - 20:37)




Projeto “Skate park nas Cidades”.Há muito penso e repenso como será o futuro do skate brasiliense. Será ele cheio de glórias, conquistas, bons profissionais? Ou será o que sempre vemos há gerações: falta de organização, campeonatos esporádicos aqui e ali, circuito inexistente, mídias ausentes, e por aí vai...
O skate em muitos lugares do país é discutido, elaborado, pensado e posto em evidência. Bons resultados surgem então, através de boa vontade e empenho de quem as põe em pratica.
A vontade de Fábio Campos, estudante de comunicação e residente do Recanto das Emas, era elaborar um projeto que fosse diferente de outros convencionais que já existem por aí. Optou pelo skate, e começou a levar adiante sua idéia. Há cinco anos batalha pela pista pública da cidade com o propósito de expandir o esporte. Correu atrás e conseguiu executar o projeto social “Skatepark nas Cidades”, uma grande iniciativa visando levar lazer e cidadania a comunidades carentes do Distrito Federal. Não deixo de dizer que as oficinas são, até então, a primeira escolinha com cunho social e atendendo comunidades consideradas carentes do DF.
Vinculado ao Ministério dos Esportes e a ONG Instituto Comunidade Participativa, o projeto abrange três núcleos: Recanto das Emas, Areal e Planaltina, tendo previsão de aumento no número de vagas e quantidade de skates e equipamentos para mais cidades do DF.
Experiência e engajamento.Fui convidado a participar do projeto, e com muito prazer aceitei a proposta, com freqüência assídua em um curso de formação de monitores contendo trinta horas. Foram estudadas e discutidas, as várias formas de como o lazer e o esporte podem ser a saída para muitos garotos destas áreas. Além do que, trabalhar em um projeto como este, é uma troca de experiências pessoais muito válidas para mim como skatista e cidadão.
Meu núcleo é localizado no Areal, onde existe uma pista recém-construída com o quadro de vinte cinco alunos. São oferecidos skate e equipamento de proteção, doados por emendas e projetos parlamentares.
O início das aulas foi bem agitado. Com crianças acima de sete anos, o skate não demorou ser o esporte preferido na praça da quadra 06 do Areal. Alguns nunca subiram em um skate e agora, com pouco tempo de treino, tiveram uma evolução notável e rápida, comparada ao tempo normal de aprendizagem.
Tento simplificar o método de ensino, evitando que eles queiram fazer manobras mais arriscadas ou que ainda não sabem. Passo primeiro a importância de obter o controle e o equilíbrio em cima do skate, para depois executar manobras com mais segurança.
O ponto principal do projeto, sem dúvida, é trabalhar a conduta que eles devem ter em sociedade ou em casa.


No último dia 28 de Fevereiro, tratamos de oferecer um café da manhã para eles e suas mães, assim como uma palestra e vídeos de projetos sociais que utilizam o skate como instrumento. Foi demais! Gostaram e agora cobram vídeos para se informarem mais sobre o carrinho. Está previsto para Abril um mini- campeonato entre os participantes.


Ao pensar e repensar sobre o skate brasiliense, tenho certeza absoluta de que o caminho certo será passar para as próximas gerações como um esporte deve ser organizado, trabalhado, cultivado e representado. Eles terão a função futura de elevar o nível e repassar aos demais a importância que um simples projeto e boas ações fizeram em suas vidas.
Por isso, bastam alguns equipamentos e disponibilidade de fazer o bem que a mudança será certa, tanto para futuros skatistas, como para o skate brasiliense, muito carente assim como essas comunidades.


Parabéns Fábio Campos pela iniciativa dando a chance de inúmeros talentos serem reconhecidos, e fazendo deles cidadãos do bem. Valeu.


Por Mauricio Magalhães.